Marcio Pinheiro
O cardeal jesuíta argentino Bergoglio, 68, consegiu 40 votos na terceira votação (penúltima) do conclave, que elegeu o novo papa. A informação é do jornal italiano Il Giornale.
Segundo Andrea Tornielli, vaticanista daquele veículo, Bergoglio esteve a uma distância de 10 a 15 votos do ex-cardeal Ratzinger. Se isso for verdade, terá sido o maior número de votos já conquistados por um latino-americano em um conclave.
De qualquer maneira não devemos lamentar muito a não-eleição de Bergoglio: ele é denunciado por ligação em um seqüestro, feito por um comando da Marinha, de dois jesuítas em 1976, em plena ditadura militar argentina.
Ainda sobre os votos do conclave: já foi amplamente divulgado que Ratzinger recebeu "muito mais votos" que os 77 necessários para ser eleito. O primeiro a falar abertamente sobre isso foi cardeal-arcebispo de Colônia, Joaquim Meinsner, quando deu uma entrevista em seu país.
Outros vaticanistas dizem que o cardeal italiano Carlo Maria Martini - considerado um fotíssimo papabili "progressista" - tenha convidado seus eleitores a votarem ao "rival" da ala conservadora, Ratzinger, após ser verificada a vantagem do alemão na primeira votação. No primeiro dia de conclave Martini polarizou com Ratzinger.
Os principais observadores do Vaticano dizem que a homilia preparada por Ratzinger, que traçou o perfil do papa esperado pela igreja na missa que precedeu ao encerramento do conclave influenciou muito o voto de seus pares a seu favor.
A tão propagada candidatura do arcebispo de Milão, Dionigi Tettamanzi, foi relegada, parece, desde o início do conclave.
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