20.8.04

HORÁRIO ELEITORAL 20/08/2004

O contraponto tem que chegar

No segundo dia de horário eleitoral em São Paulo, posicionamentos são estabelecidos. Marta Suplicy (PT) direciona o discurso para a educação. José Serra (PSDB), para saúde.

Marta exibiu orgulhosa os seus CEUs, o vai-e-volta, os uniformes, o material escolar de graça. E
criticou Pitta, com suas escolas de latinha. Serra, por sua vez, criticou o descaso da prefeita com a saúde. Até aí, nenhuma novidade. Essas críticas já foram feitas anteriormente pela imprensa, no debate da TV Bandeirantes, em entrevistas isoladas com candidatos e no programa de estréia da propaganda eleitoral.

Mas quando os candidatos líderes nas pesquisas terão a coragem fazer crítica nos quesitos em que são mais bem avaliados respectivamente? Será que o PT vai criticar o modelo excludente de saúde implementado pelo tucano no governo FHC? A crise de dengue será lembrada?

E a campanha do ex-ministro, vai lembrar que nos CEUs faltam professores de matemática? Que alguns alunos que foram para os CEUs querem voltar para as escolas "comuns", onde pelo menos não tinham um défcit tão grande de professores? Os pais dessas crianças serão entrevistados no horário eleitoral?

Enquanto isso, os lanternas Paulo Maluf (PP) "requenta" o programa anterior e Luiza Erundina (PSB) decreta a derrota. A candidata usou todo o programa de hoje para "velar" os mendigos assassinados no centro de São Paulo. Beirou a demagia, sentimento até pouco tempo atrás identificado apenas em outros concorrentes, especialmente os das antigas. O novo programa da Erundina é a cara do PMDB; talvez o fundo azul do cenário e a roupinha da mesma cor da candidata não sejam mera coincidência.

Assim como também não é coincidência o jingle de Havanir (Prona): a "5ª Sinfonia", de Beethoven, em ritmo grave. Mas curioso o uso de uma trilha de um músico alemão no mais nacionalista dos partidos.

E ainda sobre os partidos pequenos: parabéns ao PSTU. Tirando os programas do Duda Mendonça (com a exceção de alguns poucos), trata-se da campanha política mais eficiente (mas também a mais fácil de ser produzida).

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