15.6.04

Tarso Genro, a luz no fim do túnel

Virgilio Abranches

Com a proposta do ministro da Educação, Tarso Genro, de utilizar parte dos recursos destinados ao pagamento da dívida externa para o desenvolvimento educacional do país vê-se que enfim alguém resolveu trabalhar em cima de idéias no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Até agora, a parte que mais colheu resultados - ainda que pouco expressivos - foi a econômica, que não adotou um projeto original, mas sim um simples aprofundamento do que já vinha sendo aplicado ao país pela trupe da PUC do Rio sob a aprovação de Fernando Henrique Cardoso.
De resto, só trapalhadas. Apenas programas que não saíram do papel (vide Primeiro Emprego e Fome Zero), golpes marqueteiros sem nenhum resultado prático (vem aí o Farmácia Popular) e fofocalhadas, intriguinhas palacianas que paralisam o governo e teleguiam as pautas da mídia e da imprensa. Talvez seja esse o intuito do ministro José Dirceu, o campeão dos mexericos: ocupar os jornalistas com as encenações de bastidores e impedi-los de notar que esse governo não anda.
Vamos esquecer e fingir que não ouvimos a proposta de Tarso Genro de criar uma loteria para financiar as universidades. Foi um lapso, consideremos. Como bem observou Élio Gaspari, em sua coluna na Folha de S. Paulo do último domingo, seria tirar dinheiro dos pobres (os maiores apostadores de loterias) para dar aos ricos (os maiores beneficiários das universidades públicas).
A proposta esdrúxula da loteria não diminui o mérito da idéia de investir em educação o dinheiro da dívida. Obviamente não será fácil convencer os credores do Brasil. Mas só a discussão do tema e uma articulação internacional, como defende o ministro, já são passos importantes. Seria uma forma de driblar a falta de recursos e de imprimir uma certa justiça na relação do país com os agentes financeiros, sem abalar os tão prestigiados ânimos do mercado.
A maior decepção do governo Lula até agora, independente de juros altos, superávit, transgênicos e afins, é a não atenção à educação. Imaginou-se que um governo de esquerda veria no tema prioridade, inclusive para alcançar o tão desejado crescimento (se é para analisar a tudo sob a ótica econômica). Não foi assim. Não está sendo assim. Tarso Genro mostra agora que pretende agir para mudar a situação. Só pretender não adianta. Ainda mais se tratando apenas do ministro. É preciso ação. E do presidente.

DEPRIMENTE
É ridículo as pessoas se ocuparem em criticar a festa junina do presidente Lula. Por qualquer ângulo.

CAMPEÃ
É lógico que o título de idiota da semana vai para Danuza Leão em seu artigo preconceituoso e ignorante na Folha de S. Paulo. Está estabelecido. A partir de hoje, em todas as terças será eleito "O idiota da semana".

OLHOS NELES
Vamos ver quem serão os incoerentes de PFL e PSDB dessas vez na votação do salário mínimo no Senado. E vamos ver quem são os petistas que continuam achando que vivem na Albânia.


Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente post. Na verdade o blog inteiro é muito bom.

Um grande abraco,

Rafael.
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